Logo PLANAPP
Logo PLANAPP
Home // Apenas 0,25% dos doutorados estão a trabalhar no “coração” da Administração Pública
Apenas 0,25% dos doutorados estão a trabalhar no “coração” da Administração Pública
03 Mar 22 —

Dos 37 mil doutorados que residem em Portugal, dos quais 27 mil receberam apoio público para obter este grau académico, só 0,25% estão a trabalhar no “coração” da Administração Pública. Em causa está um conjunto de 44 entidades da Administração Pública (AP) com funções altamente especializadas de apoio à decisão, que aconselham e produzem o conhecimento necessário a uma governança adequada e informada. O número foi avançado no passado dia 3 de março, por Paulo Areosa Feio, diretor do PLANAPP, durante uma intervenção na conferência “25 anos da FCT: Formação Avançada e Doutoramentos”, realizada na Universidade de Aveiro.

“O extraordinário investimento que o país fez na qualificação dos seus recursos traduz-se em termos de utilização desse investimento, alguns chamariam de retorno do investimento, em 0,25%. Estes números dão o mote da minha intervenção. Temos um longo percurso realizado, cheio de sucessos, mas temos um grande caminho para fazer nesta área específica. E nós assumimos um papel neste novo caminho”, afirmou Paulo Areosa Feio.

Outro número que ficou na retina é o seguinte: só 1,2% das pessoas que trabalham nos 44 serviços de apoio à decisão são doutoradas.

O diretor do PLANAPP aproveitou ainda para destacar a situação do organismo que dirige e que sobressai claramente no contexto da AP. “A existência de uma estrutura como esta que eu tenho imenso prazer em dirigir, um centro de competências, é um modelo novo na AP que tem de ser replicado e alargado a muitas áreas da governação e da administração. Estamos no PLANAPP a lidar e a dar a devida atenção ao que escrevemos na nossa missão e plano de atividades: queremos dotá-la de uma cultura de conhecimento, isso implica dotá-la de capacidade humana e de ter os quadros adequados para promover essa atividade e no nosso caso aqueles indicadores estão muito ultrapassados. Apesar de termos apenas quatro meses de atividade, temos 10% dos nossos trabalhadores doutorados e um número ligeiramente superior de doutorandos”, disse.

Mas Paulo Areosa Feio deixou o alerta: “É esse o caminho que queremos fazer, mas isso não pode ser apenas visto na ótica da atração. Temos de ter capacidade para que esses quadros altamente qualificados se sintam bem na AP”.

Loading...